Por 0,26% do valor da venda milionária de Lucas para o PSG (FRA), clube ‘caça’ provas de que ajudou em sua formação
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Lucas, que jogará a final da Olimpíada, jogou dos 10 aos 13 anos no Timã |
Os arquivos do Parque São Jorge passarão por minuciosa busca nos próximos dias. É que, de olho em uma fatia da transação de Lucas, do São Paulo, negociado por R$ 108,3 milhões com o PSG (FRA), será preciso achar documentos que provem seu vínculo com o Timão durante a infância.
Pelas normas da Fifa, o clube formador tem direito a 5% de uma negociação internacional caso o atleta tenha atuado nele dos 12 aos 23 anos. É o chamado Mecanismo de Solidariedade. Para se ter o direito à indenização, é preciso que a entidade tenha contribuído de alguma forma com a formação do atleta.
Lucas chegou ao Timão aos dez anos e saiu anos 13, o que o vincula ao clube por somente um ano e quatro meses. Com base nisso, o Corinthians teria direito a 0,26% do valor, ou cerca de R$ 280 mil.
– Ainda não podemos calcular exatamente, mas independente do valor, se for um ou dez, nós vamos pleitear – garantiu Luiz Alberto Bussab, advogado do Timão.
O São Paulo, porém, já mostrou que não se mostra muito à favor do pagamento, já que o jogador não foi registrado em nenhuma competição da FPF no período. O primeiro registro de Lucas na entidade é pelo Tricolor, em um torneio sub-15.
Pelo Timão, o meia disputou torneios de futsal e, no campo, jogos da Associação Paulista, não reconhecidos pela Fifa. Bussab, porém, diz que irá intensificar a procura de provas e que, se for preciso, buscará os direitos na Câmara de Resolução de Conflitos, em Zurique (SUI).
Questionado se há a possibilidade de, amigavelmente, pedir a Lucas um documento que comprove sua passagem pelo clube, hesitou::
– Ainda não pensamos nessa possibilidade. Primeiro vamos ver qual a documentação que temos para ver que atitude tomaremos.
Bate-Bola com Luís Alberto Bussab
Diretor jurídico do Corinthians
O que o Corinthians tem feito para que parte do dinheiro que será pago pelo PSG ao São Paulo seja repassado ao clube, que o acolheu durante período na base?
Por enquanto vamos tentar localizar registros no clube para ver as datas (correspondentes à passagem dele no Parque São Jorge). Não sabemos quanto será, mas independentemente se for um ou dez, se tiver direito, buscaremos.
Especula-se que não haja registro na Federação Paulista dessa passagem dele pelo Corinthians...
O fato de a Federação não ter o registro não impede de a mesma reconhecer que ele tenha jogado durante a base. Pode não ter o registro neste momento, mas a Federação pode reconhecer que fizemos uma parte da formação dele. E isso é fato, se não está formalizado é outra coisa, mas a entidade poderá reconhecer. Existem outras formas de reconhecimento...
Quais?
Provas de disputa de campeonato sem ser da Federação. Tivemos um caso parecido, o Jô...
POLÊMICA
Segundo Andrés, rival deu 400 mil
O dinheiro que o Corinthians pode receber na transação de Lucas por meio do Mecanismo de Solidariedade da Fifa será menor do que o valor que o São Paulo pagou ao jogador, segundo o ex-presidente Andrés Sanchez, para tirá-lo da base do Alvinegro.
– A situação foi simples: nós não aceitamos pagar R$ 400 mil reais. Infelizmente, jogador de futebol só se movimenta por dinheiro – afirmou o então presidente, ainda em 2010, em entrevista à Rádio Globo.
Em diversas ocasiões, o hoje diretor de Seleções na CBF acusou o rival de ter ”roubado” o meia da base do Timão aos 13 anos.
– Quando aconteceu, o Andrés nem era presidente ainda. Era a época da MSI. Então, não adianta ele ficar falando que o São Paulo roubou o meu filho que não é verdade – rebateu Jorge Silva, pai do meia, ao site Globoesporte.com, no mesmo ano.
Sempre que questionado sobre a saída do Timão, Lucas alega que os treinos eram longe de sua casa e que o clube não cumpriu a promessa de fazer um trabalho de crescimento com ele. Ao ir para o rival, foi morar em Cotia e começou o tratamento.