O Corinthians está eliminado do Campeonato Paulista. O líder da fase de
classificação caiu na tarde deste domingo nas quartas de final ao perder para a Ponte Preta por 3 a 2, em pleno Pacaembu. Willian Magrão, em cobrança de falta que contou com falha de Julio Cesar, Roger e Rodrigo Pimpão, em outra lambança do arqueiro corintiano, anotaram os gols da equipe campineira, que avança à semifinal. Willian e Alex fizeram para o time da casa.
Julio Cesar não falhava tão claramente assim desde 2011, ano em que se firmou de vez como titular ao conquistar o
Campeonato Brasileiro. Parte da torcida, no entanto, sempre teve pé atrás com o camisa 1 formado pelo clube. Parte essa que voltou a criticá-lo neste domingo. Apesar de cobrado, ele deixou o intervalo em dúvida sobre o erro. “Tenho que ver. Tinha muita gente na minha frente, a bola ainda quicou, o campo está molhado... Tenho que ver”, limitou-se a dizer.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
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Roger comemora o segundo gol da Ponte à frente de Julio Cesar, que falhou nos outros dois tentos visitantes |
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Roger comemora o segundo gol da Ponte à frente de Julio Cesar, que falhou nos outros dois tentos visitantes
A falha, contudo, foi clara e contribuiu para a queda precoce da equipe corintiana e a classificação pontepretana. O goleiro ainda cometeu outro erro no segundo tempo, quando bateu tiro de meta, acertou as costas de Leandro Castán e viu Rodrigo Pimpão ficar com a sobra para marcar o terceiro. Na semifinal, o time de Campinas terá pela frente o Guarani,
vencedor do duelo contra e Palmeiras.
O Corinthians só tinha uma baixa nesta tarde, a do zagueiro Chicão, que sentiu a coxa esquerda na partida contra o Deportivo Táchira e deu lugar ao jovem Marquinhos, revelado pelas divisões de base. O restante foi o mesmo que goleou os venezuelanos no meio de semana e confirmou a segunda melhor campanha da fase de grupos da
Copa Libertadores.
Quando a bola rolou, a equipe da casa parecia estudar o adversário, que vinha com escalação diferente daquele que perdeu na última rodada da primeira fase. Mas bastou o tempo passar para notar que se tratava, na verdade, de uma dificuldade do Corinthians de fazer seu jogo fluir. A Ponte encaixou bem a marcação individual nos principais destaques do time da capital e apostou na rapidez de seus contragolpes.
O prêmio chegou rapidamente, em falta cobrada aos 12 minutos. Com muita gente a sua frente, Julio Cesar mal pôde ver Willian Magrão bater rasteiro da meia esquerda. A bola do volante, atuando improvisado de zagueiro neste domingo, passou entre o camisa 1 e a trave direita e balançou a rede. A maioria da torcida até poupou o goleiro de críticas em um primeiro momento, mas não se segurou mais tarde, aos 30, quando ele recebeu recuo de passe e demorou a despachar a bola para frente, por pouco não entregando a bola ao adversário.
Três minutos depois, em outro contra-ataque veloz, a Ponte complicou ainda mais a situação para os corintianos. Em cruzamento vindo do lado esquerdo, o atacante Roger, que vinha sendo bem marcado pela dupla Marquinhos e Leandro Castán, se apresentou à frente da defesa e tocou de primeira no ângulo direito. Nesse momento, houve até quem esboçasse deixar o Pacaembu. Mas um quase gol contra do zagueiro Ferron reanimou, em vão, os corintianos mais descontentes.
Enquanto um só lado comemorava o placar, os dois reclamavam bastante da atuação do árbitro Rodrigo Braghetto, que distribuiu cinco cartões amarelos só para a Ponte, mas desagradou corintianos também com uma atuação confusa em suas marcações. Ele melhoraria um pouco na etapa final, assim como o Corinthians, que voltou a campo com duas substituições de uma só vez: Douglas e Alex entraram respectivamente nos lugares de Danilo e Jorge Henrique para tentar reverter a situação.
Em alta velocidade no retorno do intervalo, o líder da primeira fase tinha pelo menos mais 45 minutos para tentar no mínimo um empate, o que levaria a decisão para a cobrança de pênaltis. Com o andar do cronômetro, os ânimos da torcida se dividiam entre criticar passes errados e apoiar qualquer possibilidade de gol, em especial a partir de bolas levantadas à área.
A explosão de euforia veio aos 29 minutos, momento da partida em que o técnico Tite já havia abdicado do zagueiro Marquinhos para colocar Willian. Talismã na temporada passada, o atacante correspondeu ao receber bola na entrada da área, bater cruzado e diminuir a desvantagem no marcador. Para festa da torcida corintiana e reclamação geral da Ponte, que tinha um jogador caído e queria que a bola fosse tirada de jogo. A confusão foi tanta que o técnico Gilson Kleina, expulso por reclamação, teve que ser retirado do banco pelos policiais.
Precisando de apenas um gol para levar a decisão aos pênaltis, o Corinthians partiu para cima. Aos 44 minutos, Julio Cesar cobrou mal tiro de meta, a bola esbarrou nas costas de Leandro Castán e sobrou para Rodrigo Pimpão fazer o terceiro. O tento fez com que alguns torcedores começassem a deixar o estádio. Mas eles voltaram no minuto seguinte, quando Alex acertou um belo chute no ângulo e voltou a deixar em um gol a diferença. Só que o Corinthians parou por aí: mesmo empurrado pelas arquibancadas, a equipe não chegou ao empate.