Ausência de astros, falta de dinheiro e queda no ranking mostram que o Calcio não vive momentos de glória. Ídolos lamentam a crise
Crise financeira, manipulação de resultados, estrelas indo embora e forte concorrência. Não é difícil descobrir as causas da queda de importância do Campeonato Italiano, que começa hoje.
No coeficiente da Uefa, por exemplo (que define quantos participantes irão para as competições europeias), o Calcio já está atrás de Inglaterra, Espanha e Alemanha, e Portugal e França estão próximos.
Apesar de todos os escândalos, quem viveu na Itália acredita que a principal diferença está no tamanho dos cofres, quando comparados com os de outros países.
– É mais pelo lado financeiro, os clubes têm pouco dinheiro, e se recebem uma proposta boa precisam vender, e desmontam os times – analisa Falcão, que brilhou pela Roma na década de 1980.
Em um passado já distante, os clubes italianos eram os principais da Europa. Altafini Mazzola foi jogar por lá há mais de 50 anos, e viu uma realidade bem diferente:
– Mesmo se não fossem campeões europeus, os italianos dominavam, davam mais medo. Nesta temporada, nenhum jogador de peso foi para o país. Pelo contrário, nomes como Thiago Silva e Ibrahimovic saíram.
Mas tanto Falcão, quanto o campeão mundial pelo Brasil em 1958, não acreditam em um afastamento por causa dos escândalos.
– Ao mesmo tempo que existe isso, a federação está de olho e pune, mostra alguma seriedade – disse o Rei de Roma, para ser complementado por Mazzola:
– Alguns ganham pouco e entram nessa, cada homem tem um preço, infelizmente tem isso.
CALCIO CONTINUA A "ATRAIR"
Para quem está em campo hoje, o futebol italiano continua sendo um dos mais fortes do mundo.
– Muitos jogadores gostariam de
vir, dá prestígio, e vai continuar as-sim – disse Hernanes, da Lazio.
E foi isso que levou Philippe Coutinho, mesmo muito jovem, para a Internazionale:
– É exatamente o que eu achava que seria. Sempre tive o sonho de jogar em um grande clube europeu, e agora acontece aqui.
COM A PALAVRA
Falcão, ex-jogador da Roma na década de 1980, ao LNET!
Quando cheguei na Roma, em 1980, o futebol do país vinha de uma crise de manipulação de resultados, como essa de agora. O que o advogado que veio me contratar disse foi que precisava haver uma oxigenação, então o futebol se abriu para a entrada de estrangeiros, o que era proibido nos 12 anos anteriores.
Isso foi feito, na altura, para também tentar manter a credibilidade. Em contrapartida, a adaptação era muito complicada, já que o jogador que vinha de fora tinha que se enquadrar sozinho na realidade do clube e do país.
BATE-BOLA
Mazzola, campeão do mundo em 1958 e ex-jogador de Milan, Napoli e Juventus. Jogou pelo Brasil e pela seleção italiana
LNET! Quando você era jogador profissional, sentia que os clubes italianos eram os mais respeitados dentro da Europa?
AM: Eu penso que nos anos 60, os clubes que conseguiam ter mais estrangeiros eram os da Itália e o Real Madrid. Aqui na Itália, Milan e Internazionale dominavam sempre.
LNET!: O que mais causou esse momento complicado que vive o futebol italiano?
AM: O principal é a crise econômica mesmo. Os clubes não têm como competir neste momento com o investimento que acompanhamos em países como a Inglaterra.
LNET: E os escândalos mais recentes de manipulação de resultado... Ajudam a tirar a credibilidade?
AM: Sempre aconteceram essas coisas contraditórias no futebol italiano, mas nas duas maiores crises, a seleção levou a Copa do Mundo. São coisas que infelizmente acontecem aqui, mas os jogadores não se influenciam por isso.
LNET!: Existe alguma esperança de recuperação em um curto espaço de tempo para o Calcio?
AM: No momento é difícil, por causa da crise enorme que vive o país. O Milan teve que vender Ibrahimovic, Thiago Silva, e nem assim conseguiu comprar o Kaká, que era o grande desejo. A Inter também teve que vender, a Juventus que conseguiu manter jogadores.
LNET!: Aponta algum favorito?
AM: A Juventus é a equipe a ser batida, é a mais organizada. O Milan está mutilado, a Roma tem um bom time e se o técnico trabalhar bem,
pode até surpreender.
FAVORITOS
Juventus
A Velha Senhora manteve o time campeão invicto, mas perdeu o técnico Antonio Conte, suspenso por dez meses no escândalo de corrupção.
Milan
Perdeu Ibrahimovic e Thiago Silva, e não contratou muito. Tem menos força este ano.
Internazionale
A temporada passada não foi boa, e as contratações não foram de peso.
Roma
A imprensa deposita esperança em Zdenek Zeman, novo técnico. Corre por fora.
No coeficiente da Uefa, por exemplo (que define quantos participantes irão para as competições europeias), o Calcio já está atrás de Inglaterra, Espanha e Alemanha, e Portugal e França estão próximos.
Apesar de todos os escândalos, quem viveu na Itália acredita que a principal diferença está no tamanho dos cofres, quando comparados com os de outros países.
– É mais pelo lado financeiro, os clubes têm pouco dinheiro, e se recebem uma proposta boa precisam vender, e desmontam os times – analisa Falcão, que brilhou pela Roma na década de 1980.
Em um passado já distante, os clubes italianos eram os principais da Europa. Altafini Mazzola foi jogar por lá há mais de 50 anos, e viu uma realidade bem diferente:
– Mesmo se não fossem campeões europeus, os italianos dominavam, davam mais medo. Nesta temporada, nenhum jogador de peso foi para o país. Pelo contrário, nomes como Thiago Silva e Ibrahimovic saíram.
Mas tanto Falcão, quanto o campeão mundial pelo Brasil em 1958, não acreditam em um afastamento por causa dos escândalos.
– Ao mesmo tempo que existe isso, a federação está de olho e pune, mostra alguma seriedade – disse o Rei de Roma, para ser complementado por Mazzola:
– Alguns ganham pouco e entram nessa, cada homem tem um preço, infelizmente tem isso.
CALCIO CONTINUA A "ATRAIR"
Para quem está em campo hoje, o futebol italiano continua sendo um dos mais fortes do mundo.
– Muitos jogadores gostariam de
vir, dá prestígio, e vai continuar as-sim – disse Hernanes, da Lazio.
E foi isso que levou Philippe Coutinho, mesmo muito jovem, para a Internazionale:
– É exatamente o que eu achava que seria. Sempre tive o sonho de jogar em um grande clube europeu, e agora acontece aqui.
COM A PALAVRA
Falcão, ex-jogador da Roma na década de 1980, ao LNET!
Quando cheguei na Roma, em 1980, o futebol do país vinha de uma crise de manipulação de resultados, como essa de agora. O que o advogado que veio me contratar disse foi que precisava haver uma oxigenação, então o futebol se abriu para a entrada de estrangeiros, o que era proibido nos 12 anos anteriores.
Isso foi feito, na altura, para também tentar manter a credibilidade. Em contrapartida, a adaptação era muito complicada, já que o jogador que vinha de fora tinha que se enquadrar sozinho na realidade do clube e do país.
BATE-BOLA
Mazzola, campeão do mundo em 1958 e ex-jogador de Milan, Napoli e Juventus. Jogou pelo Brasil e pela seleção italiana
LNET! Quando você era jogador profissional, sentia que os clubes italianos eram os mais respeitados dentro da Europa?
AM: Eu penso que nos anos 60, os clubes que conseguiam ter mais estrangeiros eram os da Itália e o Real Madrid. Aqui na Itália, Milan e Internazionale dominavam sempre.
LNET!: O que mais causou esse momento complicado que vive o futebol italiano?
AM: O principal é a crise econômica mesmo. Os clubes não têm como competir neste momento com o investimento que acompanhamos em países como a Inglaterra.
LNET: E os escândalos mais recentes de manipulação de resultado... Ajudam a tirar a credibilidade?
AM: Sempre aconteceram essas coisas contraditórias no futebol italiano, mas nas duas maiores crises, a seleção levou a Copa do Mundo. São coisas que infelizmente acontecem aqui, mas os jogadores não se influenciam por isso.
LNET!: Existe alguma esperança de recuperação em um curto espaço de tempo para o Calcio?
AM: No momento é difícil, por causa da crise enorme que vive o país. O Milan teve que vender Ibrahimovic, Thiago Silva, e nem assim conseguiu comprar o Kaká, que era o grande desejo. A Inter também teve que vender, a Juventus que conseguiu manter jogadores.
LNET!: Aponta algum favorito?
AM: A Juventus é a equipe a ser batida, é a mais organizada. O Milan está mutilado, a Roma tem um bom time e se o técnico trabalhar bem,
pode até surpreender.
FAVORITOS
Juventus
A Velha Senhora manteve o time campeão invicto, mas perdeu o técnico Antonio Conte, suspenso por dez meses no escândalo de corrupção.
Milan
Perdeu Ibrahimovic e Thiago Silva, e não contratou muito. Tem menos força este ano.
Internazionale
A temporada passada não foi boa, e as contratações não foram de peso.
Roma
A imprensa deposita esperança em Zdenek Zeman, novo técnico. Corre por fora.
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