O Palmeiras não só venceu, mas goleou o Paraná por 4 a 0 nas oitavas de final da Copa do Brasil nesta quarta-feira. O resultado, no entanto, não foi suficiente para acalmar Luiz Felipe Scolari que, sem falar com a imprensa há 15 dias, disparou críticas contra a sua diretoria por omissão.
Logo na sua segunda resposta, perguntado se o perfil de jogadores que o time contrataria seria de mais baratos e menos badalados, o técnico fez um longo discurso e deu até a entender que queria manter Fernandão e Ricardo Bueno.
“Tem que perguntar isso para o presidente, para os diretores. Eu apresentei uma lista com seis, sete nomes e não contrataram nenhum. Não tem dinheiro. Então tenho que ver esse tipo de contratação (mais barata). Mazinho e Fernandinho não custaram nada. Eu vou mais uma vez ajudar o Palmeiras. Espero que os dirigentes tenham hombridade de vir aqui e falar que não tem dinheiro. Fiz uma lista que tinha o Borges, o fulano e o beltrano, porque só tenho o Barcos nessa posição e ele tem dois amarelos”, disse Felipão.
“O Fernandão e o Ricardo Bueno, para ficarem, tinham que receber uma verba a mais, pagar para os times. Se não tem dinheiro, contrata aqueles que podemos colocar na equipe. Eu dei dois nomes de fora do Brasil e só podem jogar em julho, então tem que explicar para a torcida e não fazer alarde para a torcida. Eu sou mais identificado com o Palmeiras do que alguns dirigentes que aí estão”, completou.
Perguntado sobre o motivo de tantas declarações polêmicas mesmo após uma vitória por 4 a 0, Felipão voltou a atacar e falar até palavrão para expressar sua insatisfação.
“Tem que parar com essas coisas nas redes sociais, com frescura de dirigente que vai para reunião e fala um monte de porcaria. Quando eu não tenho dinheiro para comprar arroz e feijão eu vou comprar caviar? Eu estou contente com meu grupo, mas acho que precisamos de mais peças de reposição. Mas não tem dinheiro. Então tem que assumir essa m...”, finalizou.
Assim que a entrevista terminou, o gerente de futebol, César Sampaio, foi cercado por todos os repórteres, que procuravam explicações para tamanha revolta, mesmo após a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. O dirigente também se mostrou preocupado e repetiu por pelo menos cinco vezes que já tinha vindo a público para falar sobre a falta de dinheiro.
“Não é novidade para ninguém. Eu falei na coletiva da semana passada que não tínhamos dinheiro e que precisava fazer reengenharia financeira ou contar com parceiros”, disse Sampaio. “Aqui, tudo vira turbulência e a gente não pode ficar mandando recados públicos. Não vou mandar recado para ninguém. Viemos em uma queda de rendimento, ganhamos o jogo aqui e temos coisas a ressaltar esportivamente”, finalizou o ex-volante.
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