Treinador do Fluminense se mostrou abalado após as mortes de Félix e Robertinho
– Antes de falar do jogo (contra o Vasco) eu queria dizer alguma coisa para vocês em relação a esta semana. A perda de um grande amigo é uma catástrofe na memória, pois altera o passado. A frase é do Nelson Rodrigues. Eu chamava o Félix de “Papel” e ele me chamava de “Meninão”. Há pouco tempo nos falávamos pelo telefone. Houve também a perda do Roberto. Trabalhamos juntos e conquistamos 13 títulos. Foi uma semana difícil. Que possamos terminar de forma alegre para oferecer uma vitória a essas três pessoas que marcaram muito. Será uma responsabilidade maior.
De fato, a semana foi um teste para o coração do treinador. Vitória dramática sobre o Sport e empate na ponta com o Galo, morte do seu observador técnico desde a Ponte Preta e, ontem, o adeus ao amigo dos tempos de atleta. Uma vitória neste sábado sobre o Vasco aliviaria um pouco a dor.
Afinidade dentro e fora de campo
O entrosamento do técnico Abel Braga com Félix e Robertinho não era apenas no trabalho. O comandante do Fluminense virou amigo de ambos. Talvez isso explique a quantidade de títulos conquistados ao lado da finada dupla.
Quando Abelão começou sua carreira no Fluminense, em 1971, Félix já era consagrado como tricampeão mundial pela Seleção Brasileira em 1970. Atuaram juntos até 1975, quando Abel se transferiu para o Vasco. No período ao lado do “Papel” conquistou os Cariocas de 1973 e 1975.
Como treinador, Abel conheceu Robertinho durante sua passagem pela Ponte Preta, em 2003. O observador técnico foi meia da Macaca na décadas de 70 e 80.
Em 2006, Abel levou o amigo de Campinas para Porto Alegre, onde assumiu o comando do Internacional. E no mesmo ano conquistou o Mundial de Clubes e a Copa Libertadores. A amizade era tanta, que Robertinho seguiu com Abelão para os Emirados Árabes, onde trabalharam pelo Al-Jazira.
A semana de Abel
Sábado - Na viagem para Volta Redonda, onde o Fluminense enfrentaria o Sport, o observador técnico Robertinho sente-se mal e é internado às pressas. Apesar do problema, o Tricolor vence por 1 a 0 e empata com o líder Atlético-MG no número de pontos.
Terça-feira - Robertinho morre às 2h da madrugada, vítima de insuficiência respiratória. O elenco do Flu se reapresenta nas Laranjeiras após folga de dois dias e – como não poderia deixar de ser – o clima no treino é de desolação.
Quarta-feira - Antes do treino, jogadores e comissão técnica se reúnem no gramado para fazer uma prece em homenagem a Robertinho. Emocionados, Carlinhos e Diguinho chegam a chorar.
Sexta-feira - Abel recebe a notícia da morte de Félix, ex-companheiro de Fluminense, antes do treino matinal. Com entrevista coletiva marcada para após as atividades, Abel pede a palavra antes do início das perguntas e – emocionado e com a voz embargada – discorre sobre a perda dos amigos.
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