Diretor desconversa sobre possíveis reforços para o Flamengo, mas diz que ainda há tempo de contratar alguém que resolva
A três dias do fechamento da janela de transferências internacionais, o Flamengo segue sem ter contratado algum reforço. Wolfsburg (ALE) não aceitou a proposta pelo meia Diego, Juan acabou acertando com o Internacional, a famosa camisa 10 rubro-negra segue sem dono. Responsável pelas negociações, o diretor executivo de futebol do Flamengo, Zinho, disse que há chance de não chegar ninguém, mas também pode acontecer que alguém seja contratado nesta quarta-feira.
- Pode ser que ninguém venha, mas amanhã pode já ter alguém aqui. Agora que estou nessa função, posso dizer que era bem mais fácil jogar. Estou trabalhando com honestidade e transparência. Nunca fugi de dar declaração, sempre falei a verdade, sem omitir. Agora que não estou falando nome, para se não vier, a cobrança ser menor - disse.
Ciente das dificuldades para conseguir trazer algum reforço, Zinho relembrou que os casos envolvendo os atacantes Ronaldinho - hoje no Atlético-MG - e Deivid possam ter atrapalhado um pouco o rumo das negociações durante a atual janela de transferência.
- Infelizmente, ficou muita ênfase no caso do Ronaldinho e esse problema do Deivid. Vale ressaltar que o Flamengo está com todo o salário em dia. Então, essas notícias não saem tanto e aí fica essa marca que nós devemos, até porque isso vem de muito tempo. Até com razão, pois aconteceu muito. Essas notícias, esse problema financeiro acredito que atrapalharam as negociações um pouco sim - ressaltou.
Em certo momento, questionado sobre a presença na Argentina do vice presidente de finanças do Flamengo, Michel Levy, Zinho enfatizou que a ida dele para lá não foi para negociar com ninguém, já que ele só ajuda nesses casos, sendo a decisão final do próprio diretor e do vice presidente de futebol, Paulo Cesar Coutinho.
- A princípio, nem sabia que era Argentina. Ele já tinha programado com o filho dele, é uma coisa particular, não cabe aqui falar sobre isso. Não tem nada haver com o clube. Desde quando entrei, ele ajuda, mas quem decide sou eu e o Coutinho, que é o vice de futebol, e com a aprovação da presidente - afirmou o dirigente, que ainda disse sobre uma possível contratação do meia Riquelme:
- Da minha boca, vocês nunca ouviram dizer que Riquelme negociaria com o Flamengo. Ele teve uma reunião com o presidente do Boca, mas ainda tem contrato, tem vínculo. Ele é jogador ainda do Boca Juniors. Estou aqui respondendo uma coisa que nunca existiu. Ele é um belo atleta, tem um nome extraordinário, mas não to tratando nada. Se Levy foi para lá tratar algo com ele, é uma acusação muito séria. Vou averigar.
Zinho ainda relembrou as negociações que teve com o Wolfsburg pelo meia Diego, que não deram certo em anúncio feito na última sexta-feira. Segundo o dirigente, o vazamento das conversas prejudicaram o desfecho da negociação. Para Zinho, o Flamengo não pode criar expectativa para não deixar o torcedor insatisfeito.
- Hoje, não criarei mais expectativa. Vazou-se a negociação com o Diego e com outros atletas, ai não fecha e fica com esse sentimento. Todo mundo dá proposta, cada um escolhe para onde quer ir. Isso não é falta de competência. Temos um limite de verba, chegamos nele. Se um jogador ou clube não quer... aí o torcedor, com toda razão, fica insatisfeito. Eu penso isso, estou com os pés no chão para fazer as coisas com consciência para não lesar o clube - enfatizou o dirigente, que complementou com um recado para a torcida rubro-negra:
- Eu quero passar para o torcedor que sempre buscamos fazer o melhor negócio para o Flamengo, não onerando o clube, para depois não sair matéria dizendo 'Flamengo deve, Flamengo não paga'. Sempre tentamos reforçar a equipe. Quero trazer jogador para resolver. Tem que vir um que chegue e diga 'cheguei para jogar'. Trazer um jogador que você nunca viu jogar, não dá certo. Temos que priorizar o que temos aqui, para ver se esses não dão a resposta. A minha família viajou, mandei embora. Não estou confiante para fazer um grande negócio. Tá difícil.
O caso com o zagueiro Juan também foi relembrado por Zinho.
- O caso Juan é bem simples. Você na vida tem que fazer escolhas e, às vezes, não vão agradar todo mundo. Parabéns para ele pela escolha, mas ele não pode colocar a culpa no Flamengo por ter chegado atrasado ou não fez uma proposta. Eu mesmo negociei com ele. Acho que agora ele tem que pensar no Internacional, ele é jogador dele. Uma das prioridades minhas era o Juan, seria um líder ali na defesa, mas infelizmente a proposta não agradou a ele. Vida que segue - relembrou.
Com o término da janela de transferências internacionais na próxima sexta-feira, Zinho admite que pode olhar mais para os jogadores que atuem no Brasil possa ainda reforçar o Flamengo no segundo semestre.
- Não trabalhamos só com nomes do exterior, também olhamos para o Brasil, estudando essa janela brasileira. Ontem, por exemplo, estive com a presidente na Gávea discutindo algumas possibilidades - afirmou Zinho, que concluiu falando que todos os fatores tem que ser analisados antes de fechar com algum reforço, ainda olhando com atenção para os pratas da casa.
- Temos que falar a verdade. Tentamos fazer algumas negociações, que esbarraram com dificuldades financeiras. Trazer qualquer jogador não adianta, tem que ser um que resolva. Não é um fracasso. Tentamos, e continuamos fazendo. Mas financeiramente é muito difícil arcar com despesas que você não poderá pagar. Negociações boas envolvem valores altos. Não preciso de um goleiro, de um lateral-esquerdo ou direito, preciso de uma determinada posição. Há uma cobrança muito grande. Temos que analisar custo x benefício x idade. Jogadores muitos foram oferecidos, mas as vezes nem vale a pena. Como todo mundo diz, "dá uma chance aos garotos". É isso que estamos fazendo - concluiu o diretor executivo rubro-negro.
0 comentários:
Postar um comentário