Com problemas (e desculpas), Palmeiras tem repetido o filme do ano do rebaixamento. De novo contra o Grêmio, time tenta reviravolta
A cada rodada, os torcedores ficam mais preocupados com a situação do Verdão. O filme da queda em 2002 começa a ser lembrado. Principalmente com tantas coincidências.
– O campeonato tem jogo toda quarta e domingo, não podemos ficar lamentando. Se a gente não levantar a cabeça rapidamente, podemos ficar fora do campeonato – chegou a comentar o então lateral-direito Arce durante aquela ocasião.
O discurso é o mesmo usado por muitos hoje. Isso sem contar o excesso de lesões, a procura por reforços e a volta de queixas sobre o ambiente. Se em 2002 o zagueiro Leonardo chegou a dizer que os jogadores mais novos não respeitavam os experientes, dessa vez a polêmica é a caça a um dedo-duro.
Desculpas não faltam pela situação ruim. O problema é que o Alviverde não consegue uma reação.
Com quatro vitórias, quatro empates de 12 derrotas, o aproveitamento do Palmeiras é de 26,6%. Pior do que o alcançado após 20 partidas em 2002, quando tinha 33,3%, com quatro triunfos, oito empates e oito derrotas. O alento é que na ocasião o time ocupava a lanterna e o Brasileirão era em turno único. Ou seja, hoje há muito tempo para se recuperar.
O adversário desta noite pode servir de inspiração. Foi contra o Grêmio e sem Valdivia que o desacreditado Verdão mostrou ser possível conquistar a Copa do Brasil. Com uma vitória por 2 a 0, no Olímpico, os palmeirenses provaram que poderiam apagar erros com superação.
Agora, é o momento de outra reviravolta. A torcida quer reação e não só desculpas. Antes que seja tarde, como aconteceu no fim de 2002.
Preocupado, Pirata não vê falta de vontade
Goleador do Palmeiras na temporada, com 21 gols, o atacante Barcos não esconde a chateação pela situação da equipe no Brasileirão. O camisa 9 já ligou o sinal de alerta.
– Tem de se preocupar com o rebaixamento, com certeza. Não pode ficar passando um jogo, outro, sempre deixando... Vai chegar no final e não vai dar mais para escapar – afirmou o palmeirense ao LNET!.
O Pirata ainda comentou algumas cobranças da torcida nas últimas partidas. Apesar de aceitar o descontentamento dos torcedores, ele garante que os atletas estão empenhados em sair da zona de rebaixamento.
– Ouvi o time ser chamado de sem vergonha. A torcida tem o direito de cobrar, mas não está faltando vontade. O time tem de ter personalidade e tranquilidade agora para dar a volta por cima. Vamos trabalhar – declarou Barcos.
Lições contra o Grêmio na Copa do Brasil:
Sem o Mago
Suspenso, Valdivia não jogou o primeiro jogo contra o Grêmio pela semifinal da Copa do Brasil. Daniel Carvalho, que estava em boa fase, atuou em seu lugar.
Novo volante
Pela primeira vez, Felipão escalou Henrique como volante. O camisa 3 teve boa atuação e foi um dos destaques.
Não é só Barcos
Barcos já era um dos destaques, mas o Verdão não dependia apenas do camisa 9. Tanto que Mazinho entrou durante o segundo tempo e logo marcou o primeiro gol. O Pirata fez o segundo.
Apoio total
Mesmo com o jogo fora de casa, a torcida marcou presença e lotou a parte reservada para visitantes. Antes da viagem, a Mancha Alviverde se reuniu com os jogadores em uma churrascaria e prometeu apoiar até o fim do torneio.
Desculpas?
Outra prioridade
Com o foco na Copa do Brasil, o Verdão deixou de lado o início do Brasileirão. Só após a conquista, o Nacional se tornou preocupação.
Lesões
Com o desgaste, muitos jogadores se lesionaram após o título da Copa do Brasil. Assim, Felipão tinha poucas opções para montar o time e até o banco de reservas. Em alguns jogos, usou jogadores da base. Assim, a diretoria foi atrás de reforços: Obina, Correa e Tiago Real.
Arbitragem
O Verdão tem sofrido com erros da arbitragem. Foi assim nas derrotas para Bahia e Cruzeiro, por exemplo. Outras equipes também já fora prejudicadas durante o Brasileirão.
Dedo-duro
A diretoria está preocupada com o vazamento de informações e agora procura o “dedo-duro”. A divulgação de assuntos internos tem sido usada como desculpa para a queda de rendimento da equipe.
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