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Timão: escola de marcação vira referência para rivais

sexta-feira, 27 de julho de 2012

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Filosofia de colaboração de Mano vira obrigação com Tite. Quem não sabe, aprende... Paolo Guerrero é o mais novo aluno

Corinthians x Cruzeiro - Campeonato Brasileiro - Ralf, Montillo e Chicão (Foto: Tom Dib)
Montillo é cercado por Ralf e Chicão.
Marcação implacável no Timão!
  A marcação implacável que o Corinthians impõe sobre os adversários é motivo de admiração dos rivais (leia abaixo) e faz com a equipe de Parque São Jorge tenha a defesa menos vazada das últimas três competições (Brasileirão-11, Paulistão-12 e Copa Libertadores-12). E isso não acontece por acaso. Com Tite, quem não sabe, aprende. Quem não fazia antes, passa a fazer. Quem não gosta, passa a gostar. Não tem jeito...
A cada ano, atletas chegam e passam por essa “escola de marcação”. Essa cultura de ajuda mútua em campo vem desde a época de Mano Menezes, quando Dentinho, Douglas, Jorge Henrique & Cia. tinham que dar combate. Com o atual comandante, a colaboração aos defensores virou obrigação. Depois de vários atletas ofensivos aprenderem (abaixo), a “escola” ganhou um novo aluno: Guerrero, que estreou contra o Cruzeiro.
– A primeira bola que ele (Guerrero) participou, já saiu atrás do volante. Pressionou para retomada da posse de bola. Logo em seguida, nós retomamos a bola. Veio com o espírito competitivo que tem o Corinthians – afirmou o técnico Tite, logo após a vitória por 2 a 0 no Pacaembu.
E o trabalho de fazer com que tantos atacantes ajudem o setor defensivo não é tão simples assim. Ao invés de simplesmente mandar, usando o poder hierárquico que tem em mãos, a comissão técnica procura convencer um por um no dia a dia. Jogadores, que muitas vezes atuavam soltos em seus ex-clubes, chegam para atuar na linha de três meias do 4-2-3-1 e passam a acompanhar os laterais.
Logo que um atleta chega, existe todo um modo de convencê-lo a exercer tal função. No CT Joaquim Grava, ele vê vídeos, números e entende toda essa necessidade de se aplicar nas quatro linhas. O trabalho de convencimento dá certo e os títulos viram consequência.
A boa relação entre o elenco é outro fator que acaba fazendo a diferença. Pregando sempre o discurso de muita união após as vitórias, os corintianos costumam sempre indicar que esse “todo mundo se ajudar” acaba sendo crucial. O caso mais recente disso foi após a conquista da Libertadores. Ainda comemorando, vários ressaltaram esse trabalho em conjunto para alcançar as metas.
No embalo da “Escola de Marcação”, Timão promete seguir incomodando. Os rivais que se cuidem, ou melhor, desmarquem.

COM A PALAVRA
Celso Roth
Técnico do Cruzeiro

"Além da consistência, Corinthians sabe jogar"
"Esse Corinthians adquiriu uma maneira interessante de jogar. Tem gente que tem a opinião que o futebol tem de ser ofensivo, que tem de botar jogadores com características ofensivas... Vemos o campeão da Libertadores marcando atrás da linha da bola. Jorge Henrique marca, Danilo marca, Romarinho entrou agora e marca, Sheik marca, todos marcam, e marcam até onde têm de marcar, até o fim. Estão num momento mágico. Quando falamos de marcação, é além dos quatro da defesa, além do esquema defensivo. Essa é a grande característica desse time. E tem outra coisa, além dessa consistência, sabem jogar. Fez o gol, aí puxou o time para trás esperando o contra-ataque. Estão sendo feliz com isso. Parabéns para eles."

IMPRESSIONAR DE QUEM ENFRENTA O TIMÃO:

‘Parece time italiano. É arrumado e preenche os espaços vazios. Enfiar bola pelo meio não dá’
Maradona, ex-técnico do Al Wasl e torcedor do Boca Jrs.
‘Títulos brasileiro e da Libertadores foram por envolvimento tático. É referência de marcação’
Ney Franco, técnico do São Paulo

‘Meu time está com uma marcação tão boa como tem o Corinthians. Estou feliz da vida por isso’
Abel Braga, técnico do Fluminense

‘Essa história de que estão me parando veio depois do Corinthians, mas o Boca também não jogou’
Neymar, camisa 11 do Santos

APRENDERAM A MARCAR COM MANO OU TITE:

Dentinho avesso à marcação, passou a atuar pelo lados, acompanhando lateral
Herrera
jeito raçudo do argentino foi a marca de sua passagem pelo Corinthians
Douglas
com Mano, só colaborava. Com Tite, porém, se viu obrigado ajudar
Jorge Henrique
colaboração no Botafogo virou sua marca no Timão
Liedson
Passagem pela Europa o fez voltar ao Brasil com espírito de marcador
Emerson
Nem Fla nem Flu. Emerson nunca ajudou tanto os homens de trás
Willian
Mais do que gols, consciência tática cativou companheiros e treinador
Alex
Quando não estava bem na parte criativa, colaborava com a marcação
Romarinho
No Bragantino, atacante de ofício. No Timão, dá até carrinho

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